Nutrição e TDAH

porDaniela Ramalho

Nutrição e TDAH

O TDAH (Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), é um distúrbio neurofisiológico com sinais de falta de atenção, dificuldade de concentração e impulsividade que prejudica a aprendizagem e memorização em crianças e adolescentes. Na fase adulta, carregam o TDAH “residual”, com sintomas como: dificuldade de concentração, superexcitação emocional, impulsividade, porém de forma mais branda.

O estilo de vida e hábitos alimentares estão intimamente ligados à esse distúrbio, tais como:

– Sono: com a rotina acelerada dos pais, o sono das crianças acaba ficando prejudicado, e com isso a capacidade de memorização das crianças pode diminuir, já que é durante o sono que assimilamos grande parte do aprendizado ao longo do dia.

– Cada vez mais as telas fazem parte do cenário infantil, contribuindo para a ansiedade. Com isso, a interação e o brincar, tem ficado um pouco de fora. As brincadeiras, que requerem muita energia, são importantes e agradáveis à essas crianças, pois elas conseguem vencer suas angústias.

– Atividade física: extremamente necessária e associada à melhora dos sintomas.

– Alto consumo de alimentos industrializados: contêm aditivos químicos, como conservantes, flavorizantes, açúcares, corantes e adoçantes que causam reações tóxicas no organismo, levando à alterações comportamentais. Nosso cérebro é formado de gorduras que são sensíveis à essas toxinas. Elas danificam os neurônios e atrapalham a transmissão de informações, o que percebemos, por exemplo, na dificuldade de aprendizagem.

– Agrotóxicos: estão associados à piora da hiperatividade mental e aumento do risco de doenças como Alzheimer e Parkinson na vida adulta.

– Microbiota intestinal: o intestino tem uma relação muito íntima com o sistema nervoso central. Um estudo mostrou que crianças com TDAH, por exemplo, tinham menor quantidade de um tipo de bactéria (Faecalibacterium) e que o aumento dessa bactéria, estava associado com melhora dos sintomas do TDAH. Além disse, os nutrientes vindos da alimentação só serão absorvidos se esse intestino for saudável. Ter um intestino regulado é essencial para uma boa saúde mental como um todo.

Estratégias nutricionais para crianças com TDAH:

– Peixes fontes de ômega 3 (sardinha, pescadinha) – ajuda a proteger as estruturas celulares e na transmissão das informações. Cuidados com os peixes que contem metais pesados, como mercúrio, por exemplo e acabam sendo tóxicos.

– Vegetais, pois fornecem vitaminas e minerais, que protegem o cérebro contra a ação dessas toxinas e ajudam na manutenção da integridade celular, melhorando memória e concentração.

– Ovos (orgânicos e caipiras de preferência): tem grande quantidade de gorduras boas e contem colina (gema), que é essencial para a saúde cerebral.

-Alimentos de origem orgânica: os agrotóxicos e fertilizantes químicos são neurotoxinas. Além disso, a quantidade de nutrientes desses alimentos é superior quando comparado aos alimentos convencionais.

– Suplementos como magnésio, zinco, L-teanina, L-carnitina, fosfatidilcolina, vitamina D e ômega 3 são nutrientes descritos em literaturas como associados à melhora dos sintomas e devem ser utilizados em doses individualizadas com o acompanhamento de nutricionista ou médico.

Resumindo: sono regulado + comida de verdade + atividade física + diminuição de telas + brincadeiras = sistema nervoso mais saudável

É interessante fazer um diário, anotando as atividades e a alimentação da criança dia a dia e como ela ficou após cada estratégia.

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